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Mostrando postagens de setembro, 2012

O pensamento insone

Sonhei que tinhas outra. Que eram dela teus lábios molhados, os abraços apertados e os carinhos na nuca. Trocavam olhares como quem troca confidências no Arpoador. Sonhei que vivias noutra casa, entre paredes inóspitas e lençóis desconhecidos. Vi ainda algumas palavras atiradas ao vento, e este, zombeteiro, as trazia em minha direção, cuidando para que a dúvida permanecesse no ar. Recordo ainda uns poucos passos tímidos, desvanecendo-se na areia antes de se tornarem ondas. Lembro que, por fim, acordei, deixando a verdade oculta entre nuvens de intenções.