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Mostrando postagens de março, 2011

Ode ao S

Vivo cada vez mais convencida de que nos parecemos em diversos e espantosos aspectos com aqueles répteis escamados e serpejantes que muitos têm por prática odiar. Carnívoros, muitos se valem de doses moderadas ou intensas de peçonha a fim de acabar com o inimigo; outros lançam mão da tática de sufocamento, sorrateiros e ferozes ao atacar a vítima sem deixar muitos vestígios. Não costumam mastigar a comida – e também aí, por infortúnio, identifico vários da nossa espécie –, engolindo-a inteira em completa gulodice. E muitas vezes triplicam de tamanho depois das refeições, e precisam de uma longa sesta para digerir tudo. Tantas coincidências. Mas ora se não é a ecdise, o genial processo de troca de pele que ocorre de tempos em tempos por toda sua vida, o que mais me espanta. Tais bichos se escondem em lugares seguros, param de comer, e esperam por um tempo até que a pele velha se descole da nova logo abaixo. Então a rompem e se arrastam para fora da roupa antiga, raspando e se esfregand