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Mostrando postagens de junho, 2008

Não sou poeta. Não crio, repito.

Hoje, tu já não contas histórias da corte, Hoje, tu já não indagas sobre mim. Sabes que sou tua. E o que antes era flerte, Virou uma paixão a maquiar-se no camarim. Fica mais forte quando sai desnuda Ao palco, ao céu de estrelas acima do carro. Nada sonhas, e, sempre que te agarro, Tudo me traz o desejo, ainda que me iludas. Quando o medo junto a mim se intervém, Vives pela vontade de me veres bem Ainda que num simples jogo de baralho. No abandono da vontade em que às vezes me alinho, Quem diria, quero teus beijos - tu és o que mais valho, Com a mesma boca que agora diz: lindinho!

Enquanto isso, noutra vida..

Todos aqui são normais. Só você fica assim, amarelada, estranha. O que acontece? Tenho certeza de que não é assim com os outros. Então por que ser assim comigo? Não te quero mal, lembra o sapo? Ele dizia que te quero bem! Lembra a lista? Dizia que você me quer bem também. Talvez a culpa seja daquele ano que nunca terminou, que eu interrompi. Assumo que a culpa foi minha. Mas não posso dizer que foi melhor assim. Não ainda. Vem, isso. Termina o ano primeiro. Sua vida está bagunçada, meu bem, eu não agüento mais ir à escola. Outro dia alguém veio-me dizer que estava com frio. E eu entendi que vivo com frio. Não importa quantos agasalhos ponha, o frio está vindo de dentro, querida. Minha coluna se torce por não ouvir falar de você. Sua risada me esquentava, suas piadas davam o tom à noite. Mesmo que idiotas. Ah, saudades.

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Droga, eu a vejo. Branca, inocente, indecente! Pedindo-me, por favor, para que eu a rasgue, eu a risque, eu a rompa. Não posso fazer isso agora. Ou quem sabe possa apenas até pouco tempo. Imoral é ilegal, dá cadeia? Faço cálculos sobre o máximo de imoralidade com o qual se pode viver, mas são todos mentais, não me arrisco a me atrever. E preciso dela. Não me atrevo, e preciso dela. Números tão grandes! Certamente embaralham meu processador. Mas ela, tão ela, só ela.. Ameaço uma dobra, impertinência! Volto aonde estava, cabisbaixa, meretriz dos ângulos. Não são fibras econômicas, não são seda e não se desmancham sozinhas. Mas a água, ah, a água lhes traz vida nova. E eu, prestes a acabar com essa palhaçada toda. Alguém é fraco. Ser fraco deveria ser fator de periculosidade. Incapaz, sofredora! Sabe-se o quanto se suporta. Sem riscos, sem imperfeições, você é minha vítima frágil. O pincel, respingando, sufoca na minha mão e ainda não consegui vencer esse dilema ético. EI! DEVOLVE MINHA F