No teatro
-Ele é mesmo bom, né?
-Demais!
-E ainda por cima, é um gato!
-Ah, você acha? Eu prefiro o outro.. Ainda mais assim, de seminarista. Fica um charme.
Mas ele anda tão magrelo!
-Impressão.. Olha aqueles bíceps!
-E as pernas de saracura..
-Ah, vai me dizer que dispensava um homem desses?
-Aí também não, né. Mas é que eu não caço faz dias..
-(meses)
-O quê?
-Nada, já viu como essa cortina é bem mais bonita que a do Palace?
-É um tom de vermelho lindo. Mas, voltando ao que nós estávamos falando..
-Sim?
-Seu homem tem um grave defeito.
-Grave? Como?
-Incorrigível.
-E qual é?
-A barba.
-Oras, mas ele nem tem barba!
-Por isso mesmo. Já percebi que seu pecado é a barba. Daquelas cerradas. Olha o Tom, o Edu, o Pedro..
-Não, não tenho nada disso. Foram apenas coincidências.
-Como se eu não soubesse dos pedaços que você guarda de cada uma delas até hoje!
-É apenas lembrança.
-Sentimental.
-Lembrança é lembrança, sentimental ou não!
-E você não fica, à noitinha, deslizando os dedos sobre suas lembranças?
-Às vezes..
-Então não é só lembrança.
-É o quê, então?
-É tara.
-Tara, eu? Imagina, não tenho dessas coisas não!
-Todo mundo tem, Cris.
-Eu não tenho!
-Qual é, não é doença, tontinha. Olha aí, não larga os olhos do quarentão de barba ali da outra mesa!
-Ele é que não pára de olhar para cá!
-Tudo bem. Trinta e sete segundos.
-Trinta e sete segundos para quê?
-Até ele voltar do bar com o seu drink.
-Mas eu não pedi nada.
-Não pela boca. Quer dizer, sim, sua boca.
-Larga disso.
-Aposto na típica caipirinha. Eles sempre acreditam nessa versatilidade.
-Olha aqui, você tá confundindo tudo, Rê. Ele é casado!
-Mais uma tara? Uau, essa é perigosa!
-Renata!
-Ali ele, não te disse? E ganhei a aposta!
-...
-Ei! Amanhã te cobro, ok?
-Demais!
-E ainda por cima, é um gato!
-Ah, você acha? Eu prefiro o outro.. Ainda mais assim, de seminarista. Fica um charme.
Mas ele anda tão magrelo!
-Impressão.. Olha aqueles bíceps!
-E as pernas de saracura..
-Ah, vai me dizer que dispensava um homem desses?
-Aí também não, né. Mas é que eu não caço faz dias..
-(meses)
-O quê?
-Nada, já viu como essa cortina é bem mais bonita que a do Palace?
-É um tom de vermelho lindo. Mas, voltando ao que nós estávamos falando..
-Sim?
-Seu homem tem um grave defeito.
-Grave? Como?
-Incorrigível.
-E qual é?
-A barba.
-Oras, mas ele nem tem barba!
-Por isso mesmo. Já percebi que seu pecado é a barba. Daquelas cerradas. Olha o Tom, o Edu, o Pedro..
-Não, não tenho nada disso. Foram apenas coincidências.
-Como se eu não soubesse dos pedaços que você guarda de cada uma delas até hoje!
-É apenas lembrança.
-Sentimental.
-Lembrança é lembrança, sentimental ou não!
-E você não fica, à noitinha, deslizando os dedos sobre suas lembranças?
-Às vezes..
-Então não é só lembrança.
-É o quê, então?
-É tara.
-Tara, eu? Imagina, não tenho dessas coisas não!
-Todo mundo tem, Cris.
-Eu não tenho!
-Qual é, não é doença, tontinha. Olha aí, não larga os olhos do quarentão de barba ali da outra mesa!
-Ele é que não pára de olhar para cá!
-Tudo bem. Trinta e sete segundos.
-Trinta e sete segundos para quê?
-Até ele voltar do bar com o seu drink.
-Mas eu não pedi nada.
-Não pela boca. Quer dizer, sim, sua boca.
-Larga disso.
-Aposto na típica caipirinha. Eles sempre acreditam nessa versatilidade.
-Olha aqui, você tá confundindo tudo, Rê. Ele é casado!
-Mais uma tara? Uau, essa é perigosa!
-Renata!
-Ali ele, não te disse? E ganhei a aposta!
-...
-Ei! Amanhã te cobro, ok?