Um pouco muito

De tudo ficou um pouco. Ficou um pouco daquelas palavras ao telefone, dizendo-me que não mais forçasse o mundo ao meu redor. E ficou um pouco de curiosidade, um pouco de desalinho. Sei que ficou um pouco de ternura, um pouco de teu áspero silêncio. Um pouco fica oscilando na embocadura dos rios, e esse pouco me encaminha sempre a ti. Um pouco, não muito: de uma torneira, pinga esta gota absurda, meio sal e meio álcool, que me embriaga de teus sorrisos. Mas um pouco desse desejo é sempre muito, às vezes amor, às vezes loucura.

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