Soneto Só

Essa boca que não mais te beija
ignora tudo que percorri
Ainda tem os mesmos instintos,
ainda te deseja, ainda te sorri.

Contradiz tudo que quero,
perto dos outros me trapaceia
Exibe, tal qual voraz sereia,
a mesma voz de manso melro.

De face em face, perco a tua,
em todo canto vejo a saída.
Mas a brisa pelas brânquias se insinua

Corta ríspida a mente, que, ao fim anuída,
As lágrimas por vezes extenua;
Procura, ainda que dela fuja, a recaída.



Quero uma lei que proíba meu sorriso de te encontrar.

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