Inspiração Anterior
Droga, eu a vejo. Branca, inocente, indecente! Pedindo-me, por favor, para que eu a rasgue, eu a risque, eu a rompa. Não posso fazer isso agora. Ou quem sabe possa apenas até pouco tempo. Imoral é ilegal, dá cadeia? Faço cálculos sobre o máximo de imoralidade com o qual se pode viver, mas são todos mentais, não me arrisco a me atrever. E preciso dela. Não me atrevo, e preciso dela. Números tão grandes! Certamente embaralham meu processador. Mas ela, tão ela, só ela.. Ameaço uma dobra, impertinência! Volto aonde estava, cabisbaixa, meretriz dos ângulos. Não são fibras econômicas, não são seda e não se desmancham sozinhas. Mas a água, ah, a água lhes traz vida nova. E eu, prestes a acabar com essa palhaçada toda. Alguém é fraco. Ser fraco deveria ser fator de periculosidade. Incapaz, sofredora! Sabe-se o quanto se suporta. Sem riscos, sem imperfeições, você é minha vítima frágil. O pincel, respingando, sufoca na minha mão e ainda não consegui vencer esse dilema ético. EI! DEVOLVE MINHA FOLHA, PIRRALHO DOS INFERNOS!