Não sou poeta. Não crio, repito.
Hoje, tu já não contas histórias da corte, Hoje, tu já não indagas sobre mim. Sabes que sou tua. E o que antes era flerte, Virou uma paixão a maquiar-se no camarim. Fica mais forte quando sai desnuda Ao palco, ao céu de estrelas acima do carro. Nada sonhas, e, sempre que te agarro, Tudo me traz o desejo, ainda que me iludas. Quando o medo junto a mim se intervém, Vives pela vontade de me veres bem Ainda que num simples jogo de baralho. No abandono da vontade em que às vezes me alinho, Quem diria, quero teus beijos - tu és o que mais valho, Com a mesma boca que agora diz: lindinho!